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30 de julho de 2011

Hits, Clips e a evolução(?) da indústria fonográfica para a Era do compartilhamento.



  Muitos fizeram seu nome no mundo da música através dos clipes. Michael Jackson é um grande exemplo. A grande questão é, até onde os clipes e os hits influenciaram a era do compartilhamento de músicas? Muitos colocam a culpa na internet, mas creio que tudo começa algumas décadas antes da internet se popularizar...
  É a partir do Disco Music que podemos começar a concretizar o enfraquecimento na venda de álbuns completos. 
  O surgimento de "Hits" desvaloriza o trabalho do artista como um todo, e passa a criar um campo de batalha para os que querem ter os seus cinco minutos de fama. O álbum passa a não ter mais importância. É feito uma música que possa estourar nas paradas e as outras faixas do trabalho passam apenas a compor a obra. Essa música que vira sucesso vende milhões de álbuns, porém o álbum não é composto apenas de uma música, mas quem quer saber das outras!? Para piorar de vez, surgem os clipes. Os clipes serviram apenas para fortalecer a tendência já instaurada, HITS. E cada vez mas a música se vende e se torna um produto, e ai vem Michael Jackson.
  Michael entra como um grande revolucionário e faz clipes que contam estórias, e com "thriller" vende o maior número de cópias de um álbum com músicas inéditas (o álbum mais vendido da história é uma coletânea do Beatles, porém não era de inéditas). Michael fez o que todo o artista deveria fazer, inovou. O estilo de clipe que Michael criou é usado como base até hoje. Mas isso, posteriormente, seria o que levaria a popularização do MP3 e do compartilhamento. 
  O que temos que ter como verdade, antes de nos jogarmos nessa discussão atual sobre compartilhamento, é que a música já não é feita como música e sim como produto. Isso equivale para quase todos os gêneros musicais e o rock não está fora disso (nem o metal).
  É lançado um clipe como "divulgação" do álbum, depois a música do clipe vira um hit. Mas o consumidor já não tem mais a confiança na indústria fonográfica. Ele acredita que aquele Cd deve ter apenas aquela e mais nem uma música boa, e muitas  vezes não está errado. Ele abre seu Limewire e baixa aquela música. E o resto do álbum? Pergunte para indústria fonográfica e para os artistas do passado que se preocuparam em criar sucessos repentinos e ganhar milhões, pois agora o consumidor deixou de ser bobo. Ninguém mais (ou quase ninguém) vai comprar um álbum de péssima qualidade por um hit, e as grandes gravadoras choramingam a perda de milhões pelo simples fato de terem influenciado a sua própria queda. Quem diria que as gravadoras teriam um problema tão sério a resolver, quando ela está perdendo dinheiro, tudo tem que ser mudado. Mas me pergunto por quê não mudaram a estrutura quando a qualidade das músicas ia apenas decaindo e o continuava vendendo.
  Não vai ser proibindo downloads ou processando o Limewire que as gravadoras vão conseguir se reerguer. O primeiro passo é tratar a música como música e respeitar o público que compra o seu produto. Música é arte, arte não pode ser feita pela metade. Não façam mais um álbum de uma música boa, pois estarão fazendo um trabalho incompleto e trabalho incompleto ninguém compra.
  Exijam e só paguem por aquilo que realmente for feito pela obra e não pela comercialização! Enquanto isso, fiquemos no compartilhamento mesmo.
Música, aonde vamos parar?
  Já ia terminando por aqui, quando ao reler esse pequeno texto me deparei com uma pequena incoerência. Como pode se pedir para que consumidores exijam qualidade musical nos dias de hoje? Realmente, é muita inocência minha pedir para que "todos" exijam qualidade, vendo que no geral há uma aceitação muito grande da massa em relação a essas "bundas falantes" que vemos todo dia na Tv e infelizmente até nos transportes público (aquilo que chamam de funk). Há uma aceitação muito forte a músicas supérfluas, porque não existiria Restart, Fiuk, luan Santana, bonde do seilá oque e essas gaiolas do caralho a 4 se não houvesse aceitação do público. No geral, é difícil que você diga PENSE! para grande parte dessas pessoas... Parece que viver na ignorância atrai felicidade. Ser cego, surdo e mudo e ser feliz por isso... Vidas em branco!
  Pense! Apenas para que sua existência tenha significado...

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